Livro: Zbiriguidófilo de Pitum Keil do Amaral
- Desenvolver o gosto pela leitura;
- Desenvolver a capacidade de comunicar com os outros;
- Escrever individualmente a partir de motivações lúdicas;
- Estimular a curiosidade;
- Estimular a criatividade;
- Desenvolver a sensibilidade estética.
- Desenvolver o gosto pela leitura;
- Desenvolver a capacidade de comunicar com os outros;
- Escrever individualmente a partir de motivações lúdicas;
- Estimular a curiosidade;
- Estimular a criatividade;
- Desenvolver a sensibilidade estética.
Era uma vez um menino que tinha um zbiriguidófilo em casa.
Foi um tio, que viajava muito, quem lhe trouxe um dia o zbiriguidófilo, das ilhas Sandwich na Polinésia, escondido numa lata de bolachas (pois, como sabem, é proibido trazer zbiriguidófilos de lá). É claro que o menino ficou muito contente: mais ninguém tinha um zbiriguidófilo senão ele! E, além disso, o zbiriguidófilo era lindo: tinha várias cores e, quando o punham ao sol, mudava as cores dumas para as outras (de maneira que ficava sempre com as mesmas, mas trocadas – não sei se estão a perceber: onde antes era amarelo, ficava verde, e onde era verde ficava amarelo…). O menino tinha muito cuidado com o zbiriguidófilo, está visto. Era o seu tesouro! Lavava-o, dia sim dia não, com uma mistura de sumo de tomate e pó de talco, pois é assim que os zbiriguidófilos ficam mais luzidios, e secava-o depois entre as folhas do caderno de matemática, pois é isso que faz os zbiriguidófilos felizes. Os zbiriguidófilos adoram papel quadriculado. O menino sonhava levar um dia o zbiriguidófilo à escola, e mostrá-lo aos seus amigos. Mas os pais ainda não tinham deixado: – E se o zbiriguidófilo se assustava com tanto barulho? Sabe-se lá o que podia acontecer… O menino quase todos os dias insistia: – Deixem-me levar o zbiriguidófilo! Eu prometo tomar conta dele, e vão ver que não acontece nada… Tanto insistiu, que ficou combinado: na segunda-feira seguinte – depois de um fim-de-semana com juízo – ele levaria o zbiriguidófilo consigo para a escola. O pior foi o que aconteceu a seguir! |
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No sábado, à hora do almoço,
quando o menino veio da escola – não encontrou o zbiriguidófilo no
sítio do costume (que era dentro de uma jarra de latão que havia na
sala).
Foi ter com a mãe: – Viste o zbiriguidófilo? – Eu não – disse a mãe –, tenho estado a fazer o almoço e não reparei nele. (Essa agora! Os pais, às vezes, são mesmo disparatados, não acham? Como é que se deixa assim desaparecer um zbiriguidófilo sem dar por nada?! E logo antes da visita à escola!) Foi uma aflição! O menino procurava por toda a casa. A menina procurava na marquise. Até o pai, quando veio, ficou muito ralado e foi para a rua perguntar se alguém da vizinhança teria visto o zbiriguidófilo. Nada. À noite, o menino deitou-se e não conseguia dormir, tão triste estava. A mãe veio consolá-lo: – Ele aparece, não estejas preocupado. Tenho a certeza de que vai aparecer. O menino só não chorava porque tinha um bocadinho de vergonha. Por fim, lá adormeceu. |
No dia seguinte, mal acordou, foi a correr à jarra de latão – mas o zbiriguidófilo não tinha voltado.
Um zbiriguidófilo tão bonito…
Todo o dia procuraram, e nada… E no dia seguinte era segunda-feira!
Que desgosto!
À noitinha, como de costume, o menino foi à casa de banho antes de se deitar. Muito triste… lavou os dentes; fez as suas necessidades; puxou a correntinha e
– IIIIIIIAAAAAAAAAUUUUUUUU!!!
Então não era o zbiriguidófilo que estava escondido dentro do autoclismo?! Vejam lá!
Todo molhado! Cheio de frio! Cheio de fome!
Mas calculem a alegria que foi naquela casa!
Foi preciso gastar quase um litro de sumo de tomate e 125 gramas de pó de talco para o pôr outra vez luzidio.
E na segunda-feira de manhã, lá foi para a escola, dentro de uma caixa de sapatos forrada a papel quadriculado, todo bonito!
Um zbiriguidófilo tão bonito…
Todo o dia procuraram, e nada… E no dia seguinte era segunda-feira!
Que desgosto!
À noitinha, como de costume, o menino foi à casa de banho antes de se deitar. Muito triste… lavou os dentes; fez as suas necessidades; puxou a correntinha e
– IIIIIIIAAAAAAAAAUUUUUUUU!!!
Então não era o zbiriguidófilo que estava escondido dentro do autoclismo?! Vejam lá!
Todo molhado! Cheio de frio! Cheio de fome!
Mas calculem a alegria que foi naquela casa!
Foi preciso gastar quase um litro de sumo de tomate e 125 gramas de pó de talco para o pôr outra vez luzidio.
E na segunda-feira de manhã, lá foi para a escola, dentro de uma caixa de sapatos forrada a papel quadriculado, todo bonito!
Como era de esperar, fez um
sucesso: todos queriam pegar-lhe; fizeram-lhe muitas festas; e umas
meninas disseram que era a coisa mais fofa que tinham visto.
Ora isto é o máximo que se pode dizer a um zbiriguidófilo. Ficam tão contentes que já nem sabem o que fazer para mostrar a sua satisfação… Depois de ter pulado para todos os candeeiros da sala de aulas, o zbiriguidófilo deu dentadinhas nas canelas de todos os meninos, sem esquecer um único; fez chichi na bata da senhora contínua e deitou-se de barriga para o ar na secretária da professora! A senhora professora foi então buscar um grande dicionário, e disse: – Vou ler aos meninos o que diz aqui sobre os zbiriguidófilos… (abriu o livro… procurou em várias folhas, enquanto dizia – ora… zbiriguidófilo… zbiriguidófilo… vem na letra Z… – passou muitas folhas – Não, não está na Z… Ah! Claro, vem na letra S… Sebiriguidófilo, evidentemente… – andou muitas folhas para trás… muitas…). (E como nós não podemos estar aqui à espera que ela encontre a palavra no dicionário para saber o que é um zbiriguidófilo, vocês depois procuram, está bem?) Agora, o melhor é irem para a cama, e sonharem com o zbiriguidófilo! |
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