O jogo simbólico é a representação corporal do imaginário, e apesar de nele predominar a fantasia, a actividade psico-motora exercida acaba por prender a criança à realidade. Na sua imaginação ela pode modificar sua vontade, usando o "faz de conta", mas quando se expressa corporalmente as actividades, ela precisa de respeitar a realidade concreta e as relações do mundo real. Por essa via, quando a criança for mais velha, é possível estimular a diminuição da actividade centrada em si própria, para que ela vá adquirindo uma socialização crescente.
As características dos jogos simbólicos são:
liberdade de regras (menos as criadas pela criança);
desenvolvimento da imaginação e da fantasia;
ausência de objectivo explícito ou consciente para a criança;
lógica própria com a realidade;
assimilação da realidade ao "eu".
No jogo simbólico a criança sofre modificações, a medida que vai progredindo em seu desenvolvimento rumo à intuição e à operação. E finalmente, numa tendência imitativa, a criança busca coerência com a realidade.
No pré-escolar, o raciocínio lógico ainda não é suficiente para que ela dê explicações coerentes a respeito de certas coisas. O poder de fantasiar ainda prepondera sobre o poder de explicar. Então, pelo jogo simbólico, a criança exercita não só sua capacidade de pensar ou seja, representar simbolicamente suas ações, mas também, suas habilidades motoras, já que salta, corre, gira, transporta, rola, empurra, etc. Assim é que se transforma em pai/mãe para seus bonecos ou diz que uma cadeira é um comboio. Didacticamente devemos explorar com muita ênfase as imitações sem modelo, as dramatizações, os desenhos e pinturas, o faz de conta, a linguagem, e muito mais, permitir que realizem os jogos simbólicos, sozinhas e com outras crianças, tão importantes para seu desenvolvimento cognitivo e para o equilíbrio emocional.
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