25/05/11

a aprendizagem da escrita no pré-escolar




" a escrita traduz o ser, revela-o e, no momento opurtuno liberta-o ..."

Segundo as orientações curriculares, a abordagem à escrita situa-se numa perspectiva de literacia enquanto competência global para a leitura no sentido de interpretação e tratamento da informação que implica a "leitura" da realidade, das "imagens" e de saber para que serve a escrita mesmo sem saber ler formalmente.

Escrever é traçar letras, juntá-las segundo determinadas regras para formar palavras, ordenar as palavras para construir frases, para compôr um texto que transmita, com lógica, uma ideia.

As competências necessárias a estes saberes aprendem-se pouco a pouco, através de estímulos proporcionados pelo meio envolvente.

"se a leitura e a escrita fazem parte do quotidiano familiar de muitas crianças, que assim aprendem para que serve ler e escrever, todas as crianças deverão ter oportunidade de ter estas experiências na educação pré-escolar." _orientações curriculares.

"a aprendizagem inicia-se muito antes do que a escola imagina, transcorrendo por inusitados caminhos "

Emilia Ferreiro e Ana Teberosky


Na primeira etapa, a aprendizagem é feita desde que a criança nasce. A casa, a família, a creche, o jardim de infância, desempenharão o grande papel de activadores de experiências e aprendizagens.

A criança fará as suas 1ª experiências em casa com a família, vai alargando os seus conhecimentos com a creche, o jardim de infância e o meio envolvente. O contacto com as coisas, com os outros, o início da socialização proporciona-lhe cada vez mais, maior abertura e receptividade a essa aprendizagem. O contacto com o lápis, o papel, faz com que a criança se vá familiarizando e conheça o seu desenho.

As suas garatujas deverão ser respeitadas. Uma palavra de apreço, um elogio, uma história ou um diálogo surgidos a partir delas, serão suporte e estímulo para que outras, cada vez mais elaboradas se sigam.

" ... As pessoas grandes nunca compreendem nada sózinhas e é cansativo, sempre e sempre, dar-lhes explicações ".

Antoine de Saint Exupery

O processo de escrita da criança em diferentes idades é acompanhado com algumas investigações, concluindo que:

As fases da criança no desenho que todos nós conhecemos: 1ª garatujas, os traços ondulados contínuos, as séries de pequenos círculos, as linhas verticais são expressão de escrita.

Pode-se registar tentativas claras de escrita antes das 1ª garatujas.

A partir dessas 1ª tentativas, gradualmente, a escrita vai deixando de ser um simples traçado para se converter numa representação ( de um objecto, de um nome ou de uma ideia ).

"a atitude do educador e o ambiente que é criado devem ser facilitadores de uma familiarização com o código escrito. Nesse sentido as tentativas de escrita, mesmo que não conseguidas, deverão ser valorizadas e incentivadas". _orientações curriculares.

Toda esta experiência respeitada e elogiada vai mais tarde fazer com que a criança se sinta segura daquilo que pode transmitir aos outros através da escrita. Tem maior facilidade em se apoderar depressa e conscientemente do significado e traçado dos caracteres exigidos para uma escrita social.

Quando as crianças não têm oportunidade de se familiarizar com o lápis, o papel e de se exprimir através destes meios desde cedo, tornam-se mais limitadas, podendo escrever correctamente as palavras propostas pelo professor, mas terão medo de se lançarem sózinhas na escrita de novas palavras.

"sendo uma das funções do código escrito, dar prazer e desenvolver a sensibilidade estética, partilhar sentimentos e emoções, sonhos e fantasias, este é também um meio de informação, de transmissão do saber e da cultura, um instrumento para planificar e realizar tarefas concretas"._orientações curriculares.

O incentivo ao desenho desde tenra idade, o rabiscar histórias, proporciona à criança, mais tarde, facilidade em redigir.

As suas " garatujas " cuidadosamente traçadas, têm significado para elas e esse significado ajuda-as a desenvolver as suas competências linguísticas.

Por isso: " deixemos as crianças escrever a sua escrita e, se aquilo que nos parece um chapéu é para a criança uma serpente, que seja uma serpente ".

O chapéu terá o seu dia, a representação gráfica da ideia, essa, não pode ficar para depois.

"se a decifração do texto escrito cabe ao educador, há formas de "leitura" que podem ser realizadas pelas crianças, como: interpretar imagens ou gravuras de um livro ou de qualquer outro texto, descrever gravuras, inventar pequenas legendas, organizar sequências..."_orientações curriculares.


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